Setembro é o mês em que a cor amarela ilumina prédios, ruas e campanhas em todo o Brasil. Mas o que realmente significa esse movimento? O Setembro Amarelo é uma campanha mundial de conscientização sobre a prevenção do suicídio. Criada no Brasil em 2014, ela tem como objetivo quebrar o silêncio em torno do tema, reduzir estigmas e incentivar o cuidado com a saúde mental.
O suicídio é hoje considerado um problema de saúde pública. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) indicam que, a cada 40 segundos, uma pessoa tira a própria vida no mundo. No Brasil, estima-se que cerca de 14 mil pessoas morram por suicídio todos os anos, em sua maioria, homens, mas com números crescentes entre mulheres e adolescentes.
Fatores de risco que merecem atenção
O suicídio nunca acontece por um único motivo. Ele resulta da combinação de fatores psicológicos, biológicos e sociais. Alguns fatores de risco conhecidos são:
• Transtornos mentais como depressão, ansiedade, transtorno bipolar;
• Histórico de tentativas anteriores;
• Uso abusivo de álcool e drogas;
• Violência doméstica, bullying ou isolamento social;
• Perdas significativas (luto, desemprego, separações).
É fundamental compreender que suicídio não é fraqueza nem falta de fé. Trata-se de um sofrimento psíquico intenso, que muitas vezes se torna insuportável para quem o vivencia.
Como identificar sinais de alerta?
Nem sempre a pessoa em risco fala claramente sobre a vontade de morrer. Mas existem comportamentos que podem servir de alerta:
• Comentários sobre desesperança ou inutilidade (“nada mais faz sentido”);
• Mudanças bruscas de humor ou comportamento;
• Desinteresse por atividades antes prazerosas;
• Despedidas incomuns ou doações de pertences;
• Busca por meios de se ferir.
Como ajudar alguém em risco?
Muitas pessoas sentem medo de falar sobre suicídio, acreditando que isso pode “incentivar” a ideia. Isso é um mito. Falar, ouvir e acolher pode ser o primeiro passo para salvar uma vida.
Se você conhece alguém em sofrimento:
- Ouça sem julgamentos: evite frases como “isso é frescura” ou “você precisa ser forte”.
- Mostre disponibilidade: diga que está presente e disposto a ajudar.
- Estimule a busca de ajuda profissional: psicólogos, psiquiatras e médicos são essenciais no processo de cuidado.
- Acompanhe de perto: em situações graves, não deixe a pessoa sozinha e procure ajuda emergencial.
No Brasil, o CVV (Centro de Valorização da Vida) oferece apoio gratuito e sigiloso pelo número 188 ou pelo site www.cvv.org.br
A importância da conscientização
O Setembro Amarelo não deve se resumir a uma campanha de um mês. Ele precisa ser um convite contínuo para que cuidemos da nossa saúde mental, do autocuidado e da empatia com o outro.
Falar sobre suicídio é romper o tabu e abrir espaço para a vida. Quanto mais conseguimos nomear o sofrimento, mais fácil fica buscar caminhos de cuidado e prevenção.
Se você que me lê está passando por um momento difícil, lembre-se: você não está sozinho, e pedir ajuda é um ato de coragem.