Uma trabalhadora doméstica de 64 anos foi libertada de uma situação de trabalho análogo à escravidão em uma casa localizada em Itabuna, no sul da Bahia. Segundo informações divulgadas nesta segunda-feira (25) pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), a mulher prestou serviços por mais de cinco décadas para a mesma família, sem nunca ter recebido salário.
Além da ausência de pagamento, a vítima ainda era explorada financeiramente. Beneficiária de uma pensão do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), ela tinha o valor mensal retido pelos empregadores, sem que lhe fosse repassado.
Durante os mais de 50 anos de exploração, a idosa foi “passada” de geração em geração dentro do mesmo núcleo familiar. Na residência em que foi encontrada, era impedida de sair, sofria maus-tratos e era obrigada a permanecer disponível para trabalhar em tempo integral.
No momento do resgate, a trabalhadora estava sem dentes e sem acesso a cuidados de saúde. Após a operação, recebeu acolhimento das equipes do MTE.
O órgão não informou quais providências serão tomadas contra os suspeitos de submeter a mulher à condição de trabalho escravo contemporâneo.
COMO DENUNCIAR? – Denúncias de trabalho em condições análogas à escravidão podem ser feitas por meio do Sistema Ipê, disponível online. O denunciante não precisa se identificar, bastando fornecer o máximo de informações possíveis para que a fiscalização possa analisar a situação e realizar as apurações necessárias no local.