Os professores da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) decidiram, em assembleia, suspender as atividades acadêmicas nesta quarta-feira (10) e quinta-feira (11). A deliberação prevê que a Associação dos Docentes da Uneb (Aduneb) integre as manifestações nacionais contra a Reforma Administrativa.
A mobilização em todo o país está sendo organizada por entidades que representam servidores públicos das três esferas: federal, estadual e municipal. Na Uneb, conforme a decisão tomada na reunião realizada na última sexta-feira (5), estão previstas ações de engajamento tanto em Salvador quanto nos campi do interior.
No campus da capital, a categoria optou pela realização de seminários abordando temas ligados às demandas docentes. Na quarta-feira (10), o debate será sobre a Reforma Administrativa e seus impactos nos serviços públicos e na sociedade. Já na quinta-feira (11), o foco será voltado para reivindicações internas, como o pagamento do adicional de insalubridade — pauta que deve ser discutida na próxima reunião entre professores das universidades estaduais e o Governo da Bahia, agendada para terça-feira (16). Nos demais campi, também ocorrerão atividades específicas conduzidas pelos departamentos locais.
A proposta de Reforma Administrativa, duramente criticada por sindicatos, incluindo a Aduneb, durante a gestão Jair Bolsonaro, voltou ao centro do debate neste semestre após o presidente da Câmara, deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmar que a medida é uma de suas prioridades. Ele criou um grupo de trabalho, liderado pelo deputado Pedro Paulo (PSD-RJ), composto por 18 parlamentares. O relatório final ainda não foi apresentado.
“De maneira ardilosa e representando os interesses de setores nacionais que desejam o desmonte do Estado, o presidente da Câmara, Hugo Motta, afirma que a reforma será para gerar ao Estado maior capacidade de atendimento em saúde, educação, segurança e infraestrutura. Porém, a análise das propostas discutidas nos evidencia que a intenção é a precarização dos serviços públicos em detrimento da valorização dos serviços de empresas privadas, que são vendidos como mercadoria e geram lucro”, ressaltou a coordenadora de Comunicação da Aduneb, Kátia Barbosa.
Calendário de mobilização
08 a 12/09 – Reuniões da Comissão Nacional de Mobilização (CNM), em Brasília
10 e 11/09 – Paralisação nacional contra a Reforma Administrativa e em defesa do Acordo nº 10/2024
11/09 – Audiência Pública na Câmara dos Deputados
22 a 27/09 – Jornada Nacional de Lutas contra a Reforma Administrativa (com possibilidade de caravanas para Brasília)