Um centro de capacitação destinado a influenciadores e produtores de conteúdo digital iniciou suas atividades neste mês no Brasil. Batizado de Community Creators Academy, o local conta com diversos ambientes preparados para gravações de vídeos, podcasts e transmissões ao vivo.
Conforme o g1 SP, a academia foi instalada em um galpão de 14 mil m² na Vila Leopoldina, Zona Oeste de São Paulo. O local possui mais de 200 estúdios diferentes, além de ambientes diferenciados, como praia artificial, academia, salão de beleza e banheiros instagramáveis, que se tornaram os espaços mais concorridos entre os estudantes.
O projeto foi idealizado pelo empresário baiano Fábio Duarte, proprietário de uma agência de publicidade voltada para comunicação digital. Ele se associou ao grupo educacional Ânima Educação, responsável pela Universidade Anhembi Morumbi, e afirma ter investido cerca de R$ 40 milhões na iniciativa.
“A ‘creator economy’ é um mercado gigantesco no mundo, que deve movimentar mais de US$ 1 trilhão nos próximos anos. E a criação de conteúdo está virando uma grande ‘skill’ valorizada pelo mercado. Antes se exigia datilografar, Pacote Office, inglês. Hoje a criação de conteúdo e a IA são ‘skills’ importantes para aceleração de qualquer carreira”, explicou.
Os cursos têm valores que variam entre R$ 25 mil e R$ 35 mil, com duração de três a seis meses, e são direcionados a diferentes segmentos de atuação. As aulas presenciais acontecem de duas a três vezes por semana no formato de mentoria. Entre os participantes da formação estão Igor Coelho, fundador do podcast Flow, e Sarah Fonseca, da plataforma Skin Quer.
De acordo com a instituição, aproximadamente 200 pessoas já estão matriculadas. O público vai além dos jovens que desejam se tornar influenciadores e inclui médicos, dentistas, advogados, arquitetos e outros profissionais liberais, que veem no curso uma oportunidade de transformar suas redes sociais em vitrine para os serviços e ampliar suas fontes de renda.
Fábio Duarte afirma que o objetivo é profissionalizar um setor ainda em desenvolvimento. “Muitos influenciadores começaram de maneira muito orgânica. No improviso, foram fazendo, por terem um sonho de trabalhar com conteúdo, e só depois perceberam que aquilo era um trabalho. E como todo trabalho, você precisa se educar e se formar. A gente quer que o aluno comece desde o início sabendo que conteúdo é um negócio”, ressaltou.
O processo seletivo segue padrões internacionais e exige uma taxa de inscrição. Os candidatos devem enviar uma carta de apresentação e um vídeo detalhando seus objetivos. Quem for aprovado na primeira etapa participa de uma entrevista. Embora a escola esteja aberta a todos os criadores, a prioridade inicial é para aqueles que já atuam no digital e desejam se profissionalizar.
“A gente tem diversos produtos, mas o público principal é o que já entende que o conteúdo faz parte do seu dia a dia. Então, a gente acelera de creators que estão no início da carreira, até creators que já têm a carreira um pouco consolidada com conteúdo, mas sabem que precisam transformar aquela audiência e seguidores em negócio”, explicou Duarte.